Escrevo porque não me permito fazer outra coisa
O corpo implora mas o espírito resiste.
Tenho esperança que por estas palavras me oiça
o capricho, esse inimigo que nunca desiste.
Vício meu porque não te vais embora?
Ainda há pouco chegaste e eu não vejo a hora!
De ti eu gosto e de ti eu fujo
Tanto te venero como te abuso.
O resultado final não muda, deixas-me sujo,
Com falsas desculpas e promessas me excuso.
Vício meu porque não te vais embora?
Continuas aqui e nada melhora!
E eis que ganho força para te fazer frente
Com renovado vigor, sóbrio e potente.
Tempo suficiente passa para que não me sinta teu servente,
Mas seduzido pela nostalgia de novo conquistas esta mente.
Vício meu porque não te vais embora?
És noite eterna e eu não vejo aurora.
Foi então que entendi a tua natureza dual
Tu não és hábito, negligência ou problema.
És energia neutra, pura e visceral,
Sublimando a tua vontade componho este poema.
Vício meu porque não te vais embora?
Fica, fica, pois preciso de ti agora!
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